Tecnologia na Educação
(Lousa Digital ) Fonte:tecnovivida.blogspot.com |
A partir da nova ordem da informação, a educação começa um
processo de transição visando um fluxo maior destas informações
(independentemente da faixa etária) atingindo uma parcela maior da população.
No entanto, outras barreiras surgem aqui: a maturidade das pessoas, a sua
motivação e o poder aquisitivo. O UCA (Um Computador por Aluno), projeto da
atual gestão do governo federal brasileiro está iniciando um processo de quebra
das barreiras mencionadas anteriormente. É um fato certo que o processo é lento;
no entanto os primeiros passos já estão sendo dados.
Segundo Papert: “Acho que antes as
pessoas eram mais resistentes. Quando as tecnologias eram caras e distantes,
qualquer proposta parecia muito radical. Atualmente, com fácil acesso, a
necessidade de se preparar para um mundo cada vez mais informatizado estimula
os cidadãos a buscarem o novo. Hoje, três milhões de crianças norte-americanas
deixaram escolas tradicionais e seus pais buscam outras formas de ensino,
muitas vezes em suas próprias casas.” E o processo citado por Papert começa a
se desenvolver em nosso país.
Apesar de atualmente as pessoas serem menos resistentes, a adoção
da tecnologia e, principalmente, uma formação continuada para aprender a
dominar as referidas mídias que estão à nossa disposição é muitas vezes vista
pelo corpo docente como “mais uma reunião chata”. Em vários casos, os
professores têm razão. A formação continuada que as escolas propõem para seus
profissionais não passa, em muitos casos, de questionamentos longínquos da
prática de cada um em sala de aula abordando sempre os mesmos problemas sem se
dar conta que o fim é buscar soluções para esses problemas e não
identificá-los.
Como conseqüência desse fluxo desenfreado de informações e da
quantidade de tarefas que foram aumentando com a passar dos anos, o ensino a
distância (partindo de uma perspectiva bem elementar) tem início, aqui em nosso
país, a partir da década de 70. O ensino por correspondência da Marinha, a
criação da Fundação Roquete Pinto e o Instituto Universal Brasileiro são as
primeiras iniciativas neste aspecto.
Com o avanço da tecnologia e a chegada desta na escola, pesquisas
educacionais começam a se desenvolver com o intuito de fomentar a melhoria do
processo de ensino – aprendizagem em todos os níveis. E são exemplos disso: a
chegada da internet às escolas e a criação de ambientes virtuais de
aprendizagem.
Para o nosso aluno, a tecnologia tem, acima de tudo, um papel de
inclusão grupal. Aquele colega que não conhece os sites de relacionamento, não
domina o celular de última geração e etc..., está - quase que -
condenado a ser menosprezado pela turma. Cabe a nós identificar o meio
adequado de, salutarmente, utilizarmos essa característica do jovem que passa
pelas nossas aulas. Muitos de nós ficamos de fora dos grupos dos alunos e somos
taxados por eles com títulos menos dignos por que ainda não nos incluimos nesse
contexto e, principalmente, não aprendemos a utilizá-lo ao nosso favor. Esse é
o grande salto que temos que dar.
Humberto Maturana (1991) define a criatividade como um presente da
sociedade. Pois cada vez que essa mesma sociedade pensa que o ser humano fez
alguma coisa nova, e valiosa, que surge da espontaneidade do viver, ela o
define como um agente criativo.
Toda essa reflexão nos remete a uma fala de Papert: “Precisamos
saber como enfrentar um problema inesperado para o qual não há uma explicação
preestabelecida. Precisamos adquirir habilidades necessárias para participar da
construção do novo ou então nos resignarmos a uma vida de dependência. A verdadeira
habilidade competitiva é a habilidade de aprender. Não devemos aprender a dar
respostas certas ou erradas, temos de aprender a solucionar problemas”.
A grande
problemática da utilização dessa sistemática de ensino foi à produção do
material que orientava o uso da ferramenta bem como de suas atividades
pedagógicas, que não foi possível produzirem em grande quantidade. No
entanto, com o advento do computador, observou-se que os módulos do material
instrucional poderiam ser apresentados com grande flexibilidade. Assim, durante
o início dos anos 60 diversos programas de instrução programada foram
desenvolvidos para serem utilizados no computador.
A
evolução recente das tecnologias digitais modifica tanto as relações na
sociedade como as noções de espaço e tempo. Se antes levávamos dias ou até
semanas para sermos informados de eventos distantes, hoje podemos ter a
informação de forma quase instantânea. Essa realidade possibilita a ampliação
do conhecimento e, ao mesmo tempo, cria outras preocupações como a possibilidade
da diminuição da privacidade e o excesso de informação. A escola deve levar
professores e alunos a refletir de forma crítica sobre as implicações do avanço
da tecnologia digital sobre a vida das pessoas no mundo contemporâneo.
Nessa
perspectiva Kenski (2003:72/93) afirma que: “a opção pelo ensino com o
computador (...) exige alterações significativas em toda a lógica que orienta o
ensino e a ação docente em qualquer nível de escolaridade (...) o ponto
fundamental da nova lógica de ensinar (...) é a redefinição do papel do
professor”. Dessa forma ao ter acesso à tecnologia, os professores podem pensar
em como elas aprimoram práticas cotidianas, tais como no uso de vídeos e
apresentações para expor conteúdos. A tecnologia pode ainda ser usada para
ampliar as possibilidades educativas, ao permitir que os alunos explorem
fenômenos de forma simulada, pesquisem conteúdo na internet, façam suas
próprias produções etc.
A educação na sociedade da informação deve ser um fator que
promova a igualdade social além do desenvolvimento pessoal e coletivo; um
direito básico adquirido após anos de evolução e não unicamente um produto
mercadológico que os grandes conglomerados digitais nos fazem engolir.
Referências:
Feitosa Ailton. Avanços tecnológicos e seus impactos na Educação.
Campinas . São Paulo
2012
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